sábado, 23 de fevereiro de 2013

Um dia comum de Leona Hagebak IV: Esquecer

Olá!

Finalmente, mais uma crônica de Leona Hagebak ^^! Espero que gostem ^^.

Boa leitura ^^!


Leona Hagebak: Esquecer


Vivemos em um cotidiano tão agitado em que se esquecer de algumas coisas se torna normal. Normal?

Tomando uma generosa xícara de café em uma típica manhã de sábado, comecei a vasculhar uns arquivos e encontrei alguns projetos em andamento que, por sinal, já estavam completamente esquecidos. Porém, esta suposta amnésia não vem de hoje.

Pergunto-me quantas vezes esqueci trabalhos ou lições de casa no ginásio e colegial. Ou até mesmo na faculdade, ainda que em uma proporção menor. Não era apenas com as atividades extraclasse, absorver todo o conteúdo das matérias era realmente uma tarefa complicada. Geralmente, você só descobria que não entendia parte – senão a totalidade – da disciplina, quando vinha "aquela" prova surpresa. Se não bastasse a dificuldade para não esquecer as obrigações escolares, ao voltar para casa, minha mãe fazia perguntas a respeito do que eu tinha aprendido nas aulas. Não ficava surpresa em perceber que tinha esquecido mais da metade do que fora lecionado. Em contra partida, se me perguntassem sobre algum jogo que eu gostasse muito, saberia explicar todos os mínimos detalhes de olhos fechados. Penso se o "esquecer" se desse pela falta de interesse mesmo.

Mas, então, como é possível se esquecer de coisas tão importantes? Datas de aniversários, compromissos, nomes de pessoas, lugares... Com tantos deveres para se realizar no dia a dia, quem nunca deixou passar coisas importantes como essas? Pode parecer bobagem, mas quando nos lembramos, parece que um grande peso cai sobre a consciência e perguntas como: "como poderia esquecer", "era hoje?", "e agora?" encobrem toda nossa visão. Desejando que isso não aconteça novamente, nos esforçamos para não esquecermos novamente. Talvez o "esquecer" esteja ligado à falta de atenção, devido a enorme quantidade de informações que temos de assimilar.

Entretanto, existem coisas que realmente não queremos lembrar. Pode ser aquele momento que nos trouxe dor, a tristeza de alguma perda, alguém que nos machucou ou que nós machucamos, algum mal entendido. Afinal, passar pelas circunstâncias que não gostamos também faz parte de viver, mesmo desejando que elas não aconteçam. De forma covarde ou racional, esse "esquecer" propositalmente se torna uma forma de sobreviver a tantas adversidades que passamos.

"Esquecer", muitas vezes, é inevitável, ainda que possamos nos esforçar para que isso não se torne uma constante no nosso dia a dia. Enfim, não é preciso se transformar em uma pessoa rígida, pois, no momento que lembramos daquilo que esquecemos, também percebemos o que é realmente importante para nós e que dificilmente esqueceremos.

- Termina aqui mais um dia comum na vida de Leona Hagebak -

Nenhum comentário:

Postar um comentário